Há 30 anos, em 16 de fevereiro de 1992, morria o presidente Jânio Quadros. Jânio da Silva Quadros, inegavelmente, foi um dos destacados políticos na sua época. Possuidor de uma carreira política meteórica, em 12 anos trilhou os cargos de vereador, deputado estadual, deputado federal, prefeito, governador e presidente da República.
Seu nome ficou na História do Brasil pela rápida passagem na Presidência da República. Foi a mais breve permanência de um eleito na cadeira presidencial, quando anunciou sua renúncia em 25 de agosto de 1961. Durou incompletos sete meses no cargo: mais precisamente seis meses e 27 dias. Para compreender algo dos dias de hoje, vale revisitar o personagem, descortinar sua trajetória e tentar enlaçar fatos e decisões que o levaram a desistir do mais alto cargo da Nação.
Mostrou-se controverso, polêmico, teimoso, chamado até de desequilibrado, no parlamento ou no Executivo. Vendia austeridade, entregava confusões políticas e administrativas. Um perfil surpreendente aos padrões da época, talvez até próximo a posturas dos dias de hoje.
Jânio nasceu em Campo Grande, na época pertencente ao Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul, em 25 de janeiro de 1917. O nascimento completou 105 anos em 2022. A vida política-partidária começou, de fato, quando se candidatou a vereador de São Paulo em 1947, recebendo 1.707 votos. Porém, ficou como suplente. Com a suspensão do registro partidário do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e cassação dos mandatos dos seus parlamentares, Jânio assumiu no ano seguinte a vaga de vereador. Notabilizou-se como o maior autor de proposições, projetos de lei e discursos da casa legislativa.
Nas eleições de 1960 à Presidência da República, Jânio colocava-se como a renovação da política. Trouxe novamente a vassoura como símbolo da campanha. O slogan era “Varre, varre vassourinha, varre a corrupção”. A votação final ficou assim: Jânio Quadros – 48,27% (5.636.623) dos votos válidos; Henrique Teixeira Lott – 32,93% (3.846.825); Adhemar de Barros – 19,56% (2.195.709). Aos 43 anos, Jânio Quadros tornou-se o 22º presidente do Brasil, João Goulart (1919-1976) foi eleito para a vice-presidência. Na época, as votações para presidente e vice eram dissociadas
O falecimento da esposa Eloá Quadros, em 1990, agravou a saúde de Jânio. Seus últimos meses de vida, ele passou entre casas de repouso e hospitais. Morreu vítima de três derrames cerebrais e estado vegetativo em 16 de fevereiro de 1992.