A família de um adolescente negro de 17 anos afirma que ele foi espancado por policiais militares durante uma abordagem no Bairro João Paulo II, na cidade de Iguatu, a 364 quilômetros de distância de Fortaleza. O caso aconteceu, segundo a família, na madrugada de domingo (13).
A Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio da Delegacia Regional de Iguatu, investiga “as circunstâncias da denúncia”.
Nesta segunda-feira (14), familiares e outros moradores do município bloquearam a Avenida João Vicente Alves usando pneus queimados em protesto pelo ocorrido . Segurando cartazes com fotos do adolescente de antes e depois das agressões, familiares pediram punição aos agentes.
A irmã do jovem, que não será identificada, afirmou que o adolescente estava na companhia de outras três pessoas, em uma esquina na Travessa 9, quando uma equipe da Polícia Militar chegou ao local e abordou o grupo.
Segundo a irmã da vítima, as agressões só pararam quando populares viram e chamaram a família do adolescente. “Nós chamamos uma ambulância do Samu e ele foi levado para o hospital com o olho roxo, sangrando pela boca, um corte muito grande na cabeça”, afirma.
Após ser socorrido para o Hospital Regional de Iguatu (HRI), o adolescente foi transferido no mesmo dia para o Hospital Santo Antônio, na cidade de Barbalha, devido à gravidade dos ferimentos. A unidade de saúde confirmou que o jovem continua internado, mas o estado de saúde dele não foi informado.
Conforme familiares, o adolescente teve pontos na cabeça, traumatismo craniano e vai passar por uma cirurgia. “A gente quer justiça, para que isso não acontece mais com ninguém. Eles não sabem abordar, agem com violência”, disse a mulher.