Especial Aracati 180 anos: Aracati e seu belo patrimônio arquitetônico conhecido nacionalmente

Aracati e seu patrimônio histórico guarda o desenho setecentista em seu traçado urbano. O conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade, tombado pelo Iphan, em 2001, é formado por sobrados, igrejas e diversos prédios que somam mais de 2.500 edificações construídas e decoradas com azulejos portugueses de alto valor.

Toda a extensão da antiga rua grande e suas adjacências foi tombada como patrimônio nacional. Aracati é patrimônio histórico do Ceará e do Brasil.

No início do século XVII, o capitão-mor Pero Coelho de Souza partiu da Paraíba para desalojar os franceses, estabelecidos no Maranhão. A expedição dividiu-se em dois grupos: enquanto um seguia diretamente para o rio Jaguaribe, o outro, sob a chefia do capitão-mor, atingia o mesmo ponto, por terra. Na região, o chefe da expedição comandou a construção do Fortim São Lourenço (em homenagem ao santo do dia), em agosto de 1603, que deu origem ao povoado de Porto dos Barcos.

Às margens do rio Jaguaribe, em abril de 1747, foi fundado a Vila de Santa Cruz do Aracati. Uma carta régia daquele ano determinou a criação da vila e o local para sua instalação (Cruz das Almas, ao sul do antigo povoado) e o ouvidor‐geral da capitania, Manoel José de Farias, encarregou-se sua implantação. A Carta do Aracati, como as demais cartas régias, determinava a delimitação da praça e a reserva do terreno para construção da Casa da Câmara e da Igreja Matriz.

Com a denominação de Aracati, a vila passou à condição de cidade, em 1842. Aracati é uma palavra de origem indígena, composta de ara (tempo) e catu (bom) – significa bons tempos, ou ara (claridade) e catu(bonançoso) – uma região que impressionava pela claridade e mansidão de suas águas. Ainda no século XIX, década de 1880, com o crescimento da cidade, as autoridades locais determinaram que qualquer nova construção observasse o alinhamento das ruas e a continuidade do espaço construído.

Apesar dessas normas, a cidade chegou ao século XIX com uma rua principal e duas secundárias, paralelas ao rio Jaguaribe, entrecortadas por becos e travessas, sem uma praça formalmente estruturada, mas com centenas de edificações que formam o seu patrimônio cultural. Destacam-se as igrejas Matriz e a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, o Mercado Central, e o Museu Jaguaribano – antiga residência do Barão de Aracati.

Casa de Câmara e Cadeia de Aracati – Construída na segunda metade do século XVIII, para servir de câmara, audiência, cadeia para homens e mulheres. Um dos documentos mais importantes para reconstituição da história do edifício é uma aquarela de José dos Reis Carvalho, pertencente ao Museu de História Nacional. Aluno de Debret na Academia Imperial, e pintor da Comissão Científica de Exploração, Reis percorreu o Ceará sob direção do botânico Freire Alemão, entre 1859 e 1861.

Sobrado do Barão de Aracati (atual Museu Jaguaribano) – Construído no século XIX, com quatro pavimentos,  era a residência do Barão de Aracati, José Pereira da Graça. A partir de 1889, após a morte do barão, no sobrado funcionaram colégio, clube e hotel. A fachada principal é guarnecida por azulejos portugueses estampilhados e as paredes de seus salões são decoradas por inúmeras pinturas. Nos amplos espaços, estão preservadas estruturas de madeira e alvenaria, além de peças artesanais como a escada-caracol do primeiro pavimento.

São inúmeras construções históricas, como o mercado público, o teatro Francisca Clotilde e a praça cruz das almas (marco zero) de Aracati, além das inúmeras igrejas que falaremos em outro artigo.

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