Vacina e economia abalam Bolsonaro nas redes sociais, diz pesquisa

A confiança depositada por aliados do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais sofreu abalo significativo. Pesquisas indicam que o desgaste de Bolsonaro vem crescendo desde o fim do ano passado não apenas pela demora na vacinação contra a covid-19, mas também por causa da crise econômica, com o aumento do desemprego. Além disso, uma forte onda negativa avançou sobre o presidente nas mídias digitais desde a noite de terça-feira, 4, por causa da morte do ator e humorista Paulo Gustavovítima do novo coronavírus.

A comoção, misturada à indignação com a falta de vacina e o desrespeito a medidas sanitárias, levaram o presidente a ser alvo de insultos nas redes, com xingamentos como “verme”, “monstro”, “cínico”, hipócrita” e “desgraçado”. Bolsonaro usou as redes para expressar “pesar” pela morte do ator Paulo Gustavo, em rara manifestação de solidariedade. Nem isso, porém, fez com que o coro de “Fora Bolsonaro” diminuísse.

Levantamento feito pela consultoria AP Exata mostra que, nos últimos meses, a pandemia afetou a percepção dos internautas sobre o presidente, mas foi o cenário econômico que causou os maiores prejuízos à sua imagem. Até agosto do ano passado, as publicações que manifestaram confiança em Bolsonaro eram cerca de 24%, de acordo com o estudo. A partir de setembro, o índice começou a registrar queda. Em novembro, ficou em 20%. Em dezembro, quando foram pagas as últimas parcelas do auxílio emergencial de R$ 300, caiu para 16%.

O índice de confiança, no entanto, começou a oscilar negativamente em setembro, quando a alta dos preços se tornou mais visível. Naquele mês, a variação mensal da inflação havia saltado de 0,24% para 0,64%. A sequência continuou até dezembro, com o pico de 1,35%. 

A tendência de enfraquecimento de Bolsonaro nas redes também foi captada por outros levantamentos. Um estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP-FGV) indica que o presidente vem perdendo força nessas mídias. “O presidente Jair Bolsonaro apresenta o melhor desempenho entre os presidenciáveis em todas as plataformas analisadas, mas Facebook, Instagram e YouTube, registram queda no engajamento em torno do presidente ao longo de 2020”, diz o relatório.

Com informações do Estadão

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