O estado do Ceará poderá passar por um “estrangulamento“, do sistema hospitar nos próximos dias. Foi com essas palavras que o secretário de saúde do estado, Dr Cabeto se dirigiu a comissão estadual que discute medidas para retomada do trabalho no Ceará.
De acordo com fontes que participaram do encontro, o titular da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) disse que a rede de unidades públicas está perto do limite da exaustão. No Ceará, o percentual é de 82% de ocupação dos leitos de UTI. Já na Capital o dado é de 98%.
Às entidades que representam o setor comercial, indústria e de construção, Cabeto voltou a enfatizar que o mês de maio deve ser o pior para o Ceará. O secretário, contudo, não repetiu prognóstico já apresentado de 250 mortes por dia.
Hoje, conforme a Sesa, seriam necessários ao menos 50 novos leitos de UTI por semana para atender a demanda de pacientes graves, mas o Governo esbarra na dificuldade de obter insumos e equipamentos, como os ventiladores mecânicos, e em habilitar leitos.
Na videoconferência, a segunda desde que o grupo que reúne Estado e entidades foi criado, o secretário também afirmou que, neste cenário, com mais de 450 mortos por Covid-19 no Ceará e outras centenas de casos suspeitos, qualquer medida de afrouxamento do isolamento social pode resultar “em colapso”.
“Estão propondo que a gente defina um protocolo de volta ao trabalho, mas que chegue ao consenso que o momento não é agora”, contou um dos presentes ao encontro. “Sobre o protocolo, todos concordam. Mas chegamos ao limite, e isso está preocupando.”
Dentro do Abolição, gestores já trabalham com a continuidade da validade do decreto. Para integrantes do Governo, o Estado só terá condições de discutir qualquer revisão dessas regras quando houver ao menos 15 dias de resultados que demonstrem redução de contágios e mortes pela doença.