Municípios vivem incertezas no alcance de conteúdo educacional durante isolamento no Ceará

A rede de ensino de 64 municípios, monitorados pela seccional cearense da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), enfrenta problemas para chegar aos alunos durante a suspensão das aulas presenciais. Em Banabuiú, distante 216,6 quilômetros de Fortaleza, foi adotada a estratégia de aulas emergências remotas. No entanto, o formato não alcança todos os estudantes. Enquanto em Catunda, a 266,9 km da capital cearense, o método deve ser adotado apenas após a retomada do calendário escolar. 

Dirigente educacional do município de Banabuiú, Imaculada Silveira desenha um cenário precário quando se trata de ambientes virtuais. Para a gestora, em tempos de situações extraordinárias, há necessidade de se entender o novo cenário. “Para o público maior, está interessante. As coisas estão fluindo. Mesmo eu não conseguindo atingir percentual interessante. Nós estamos aprendendo no dia a dia”, afirma.

Segundo Silveira, a experiência bem sucedidas de outras localidade serve como parâmetro para o município, que tem na rede 3,2 mil estudantes. A secretária afirma que o principal recurso utilizado é o WhatsApp. “A gente está tentando levar as orientações pedagógicas por meio das próprias pessoas que moram na região.”    

Apesar disso, Imaculada destaca que a equipe técnica trabalha para o voltar já com calendário adaptado. “Tudo o que tínhamos feito em outubro, novembro e dezembro, estamos refazendo para que a criança tenha o que lhe é de direito: educação de qualidade”, projeta.

Enquanto isso, em Catunda, o responsável pela educação do município, Rondinele de Oliveira,  utiliza do rádio para se comunicar com o alunado das 12 unidades de ensino. “Estamos aguardando o retorno das aulas para fazer as atividades remotas dos alunos.” Ele destaca que, por enquanto, a plataforma sonora é usada apenas para informação às comunidades. Um programa semanal é veiculado no rádio. 

“Este é o momento para tranquilizar as famílias, para entender que não se trata de férias, mas de isolamento social”. Segundo ele, dicas em vídeos são divulgadas nas redes sociais do município para orientar pais em como lidar com a criança em casa. Para algumas séries, os professores deixam atividades em casa ou enviam por WhatsApp.

“Vai chegar o momento de montar um programa de rádio por disciplina.  e vamos fazer no mês de maio. Se isso se estender mais, vamos sentar e elaborar os programas.  O aluno vai perder muito. Quando se trata da educação infantil e anos iniciais, a presença do professor, o espaço escolar é essencial para que o aprendizado aconteça. Sem contar que parte das famílias não têm instrução”, considera.

Por O Povo

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