Após um 2020 com chuvas acima da média e bons resultados na produção — a despeito dos impactos da pandemia na comercialização da safra —, as perspectivas para a agricultura no Ceará em 2021 são positivas. Isso porque o setor tem expectativa de quadra chuvosa com precipitações pelo menos dentro da média e da chegada das águas da transposição do Rio São Francisco. Além disso, o ano já se inicia com bom volume nos açudes.
Com recuperação iniciada em 2019, o cenário foi impactado pelas restrições em razão das medidas de isolamento social, principalmente no transporte e escoamento dos produtos. Na agricultura familiar, feiras virtuais e outras formas de venda foram alternativas encontradas e aplicadas com o apoio de cooperativas.
Segundo afirmou, José Francisco de Almeida, secretário de políticas agrícolas da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece), ao povo,a boa quadra chuvosa, com chuvas bem distribuídas em todas as regiões do Estado e com aporte nos principais reservatórios foi essencial para o saldo positivo.
“Estávamos em franca produção, em todas as regiões os agricultores familiares estavam esperançosos. Por conta da pandemia, veio o impacto desde março até agosto mais ou menos. Trouxe problemas porque temos feiras semanais em praticamente todos os municípios”, lembra. Ele explica que, no começo, os prejuízos foram absorvidos pelos agricultores familiares. “Depois, vieram feiras virtuais, entrega direta nas casas com pedidos por WhatsApp e Instagram e depois a volta gradativa da economia. As cooperativas tiveram papel fundamental na organização das válvulas que encontramos para continuar vendendo. Em nenhum momento houve desabastecimento”, frisa.