Pelo menos 32 policiais no Ceará já solicitaram licença de suas corporações e foram dispensados para concorrer a algum cargo nas eleições de 2020, seja de prefeito ou vereador.
Segundo dados da Polícia Civil obtidos pela coluna, 31 agentes pediram afastamento das funções até agora “para concorrerem a cargos eleitorais neste ano”.
Ao todo, são 23 inspetores, seis escrivães e dois delegados.
Da Polícia Militar, somente um integrante apresentou demanda de desligamento para entrar na disputa eleitoral. Um tenente-coronel, que ocupava tarefa gratificada, “se afastou de suas funções para concorrer às eleições deste ano”, informou a instituição.
Ainda não é possível assegurar que esse número supera proporcionalmente o de 2016, últimas eleições municipais realizadas.
Naquele ano, o então deputado estadual Capitão Wagner (Pros) foi ao segundo turno contra o então candidato à reeleição Roberto Cláudio, eleito para mais um mandato.
A expectativa, porém, é que o índice de policiais-candidatos aumente significativamente, uma vez que os partidos têm até o dia 16 de setembro para fazer o registro das candidaturas.
Previsto pela legislação eleitoral, o período de convenções começou nesta segunda-feira, 31, estendendo-se até 16/9.
Em conversa com o jornal O POVO, o governador Camilo Santana (PT) já avaliou que há em curso um processo de “politização da polícia”.
Em janeiro passado, PMs cruzaram os braços no Ceará e paralisaram as atividades por 13 dias. Um dos líderes desse movimento, o ex-deputado federal Cabo Sabino deve estar entre os egressos da corporação que irão concorrer a vaga no Legislativo em 2020.